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Encontro que propõe um olhar para as genealogias do feminismo tech no brasil e no mundo, entrecruzamentos entre teorias e ações em rede que possam visualizar apagamentos e imaginários feministas transgeracionais que são globais e resistentes, porque múltiplos, descentralizados e de longa duração.

Olhando para trás para a genealogia dos novimentos de mídia independente e cultura livre no começo dos anos 2000 no Brasil que deram origem à politicas publicas, metodologias distribuídas, redes comunitárias e imaginários tecnológicos decoloniais, vemos que esses movimentos não surgem do nada, e são por sua vez continuações de lutas anticapitalistas, antiglobalização, feministas e antifascistas das décadas anteriores, em confluência com redes internacionalistas solidárias e que culminam sempre em trocas reais, originárias de contextos locais.

Uma dessas trocas foi em 2009 com a vinda de Donna do coletivo holandês GenderChangers Academy ao Brasil e a troca com coletivos brasileiros como Biroska e g2g. Gender Changers são por definição globais e distribuídas, realizando Oficinas de Hardware, Publicação com software livre, participando em Campanhas e ações de conscientização sobre a mulher na tecnologia, em países como Canadá, Suécia, Ingaterra, África do Sul, Alemanha, Austrália etc. A Genderchangers Academy (GCA) desenvolve desde os anos 2000 estratégias artísticas que examinam as implicações da materialidade das redes, explorando como a memória social está relacionada com o arquivamento de dados em redes de hardware. A GCA conceitua os dados que podem ser compreendidos dentro de um ecossistema de agentes humanos e não humanos como tendo um “ciclo de vida”. A prática da GCA centra-se no apagamento de dados como uma estratégia performativa que enfatiza como as questões sociopolíticas estão interligadas com a materialidade das redes assim como torna tangíveis estruturas/sistemas invisíveis - como o projeto de Systerserver admins - aonde a prática, a teoria e o compartilhamento de conhecimento formam uma relação recíproca dentro da metodologia da GCA.

Segundo elas, no campo tecnológico feminista, existem facções impulsionadas pelo atrito contínuo nos bastidores, que não se refere necessariamente ao feminismo ou às mulheres na tecnologia em si, nem mesmo à experiência (geralmente marginalizante) das mulheres no compar tilhamento e desenvolvimento de habilidades em software e hardware, mas sim à cultura machista ubíqua, onde a ansiedade em relação ao status vem à tona. Projetos específicos liderados por mulheres precisam inicialmente trabalhar para tornar visíveis as redes de tecnólogas entradas nas mulheres e situar como a agência ocorre de outras maneiras mais horizontais.

No nosso caso, a oficina de Donna por diferentes lugares (Pipa, Rj, SP) gerou o primeiro /etc-br em 2007 Carnaval Eclético tech Brasil em Salvador, em preparação para o 3o.Encontro Submidialogia em Lençóis. A residência aconteceu em paralelo com a campanha Retome a Tecnologia (lançada pela APC), uma iniciativa global naquele inicio dos anos 2000 que mostrou a força da solidariedade entre coletivos de gênero e tecnologia no mundo, abordando a interseção entre a violência contra as mulheres e as TICs, com o objetivo de recuperar a tecnologia para o ativismo. Neste sentido o encontro /etc-br tomava parte numa rede internacional de feminismo interseccional mas que atuava no território trazendo questões próprias para este como o ativismo antiespecista, a auto-defesa, a documentação em vídeo, o mapeamento urbano, assim como a questão racial.

Hoje, já passado o espanto com a chamada tirania dos eventos de tecnologia “somente para mulheres”, a desvinculação do termo gênero e sua crescente popularização e politização muitas vezes de forma equivocada pela direita, termo sequestrado e distorcido em um contexto político e religioso, dando origem à expressão "ideologia de gênero”, a inclusão dos feminismos decoloniais, negro, ameríndios, comunitários transfeminismos contemporâneos, ainda buscamos o mesmo - pensar e usar as ferramentas para despertar a reflexão social e a participação feminista consciente, segura, lúdica e imaginativa nos territórios, através das gerações.

Programação dos Encontros

  • 12/11/2025 das 10 às 12h - online
  • 19/11/2025 das 10 às 12h - online
  • 26/11/2025 das 10 às 12h - online
  • 03/12/2025 das 10 às 12h - online
  • 11/12/2025 (data sugerida para encontro presencial no Rio de Janeiro com programação a ser construída através dos encontros online)
    Local: casa Ngira

Como participar e colaborar?

Entre em contato através do email quantumfagia@proton.me para confirmar sua participação. Caso você possa colaborar com tradução voluntária durante os dias de encontro e mais qualquer outra necessidade para a sua plena participação, entre em contato. Temos também um grupo no Matrix onde você pode interagir para além dos encontros online. Entre em contato com a gente para pedir acesso para a sala.

Temos também um grupo no Matrix onde você pode interagir para além dos encontros online. Entre em contato com a gente para pedir acesso para a sala.

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